sábado, 5 de setembro de 2009

AOS AMIGOS






Autores: Camila Diles, Willanny Nathanny e Tamirys Rodrigues
Organização textual: Onézia Lima
Direção: Onézia Lima

1° CENA

A LISTA
Autor: Oswaldo Montenegro
Adaptação: Onézia Lima

Tudo escuro. Homem e mulher separados e eqüidistantes num plano superior dentro da platéia. A fala é dita quando são focalizados pela luz.

HOMEM
Faça uma lista de grandes amigos, que você mais via há 10 anos atrás.
MULHER
Quantos você ainda ver todo dia? Quantos você não encontra mais?
HOMEM
Faça uma lista dos sonhos que tinha. Quantos você desistiu de sonhar?
MULHER
Quantos amores jurados para sempre. Quantos você conseguiu preservar?
/ Música /

2° CENA

O QUARTETO
Autor: Camila Diles
Personagens:
NARRADOR
LEO
JOHN
IVA
DUDA

NARRADOR
Três grandes amigos que estudam juntos desde a 5° serie do Ensino Fundamental, e hoje eles estão no 1° ano do Ensino Médio. Os três amigos, Leo, Iva e John, estão com 15 anos. Já na metade do ano letivo chega Duda para estudar na mesma sala deles. Duda tem 14 anos.

LEO (chegando na sala)
Oi John! Oi Iva! E ai beleza cara?
JOHN ( já na sala)
Tudo ótimo brorder! Chega ai, a gente guardou seu lugar.
IVA (já na sala)
Como sempre! E ai, quais são as novas?
LEO
Na mesma!
Na mesma hora que Leo acaba de falar, chega Duda perguntando aos três se tem algum lugar para senta-se. John, Leo e Ivan olham-se um para outro com um ar de alegria.
DUDA
Tem algum lugar para sentar?

LEO
Pode sentar aqui com a gente!
JOHN
É! Aqui tem uma cadeira sobrando. Pode vim!
IVA
Qual o seu nome?
DUDA
Meu nome é Maria Eduarda, mas todo mundo me chama de Duda.
IVA
Então Maria Eduarda, quero dizer, Duda, seja bem vinda. O meu nome é Iva.
LEO
E meu nome é Leo.
DUDA (rindo e apontando)
Que dizer que você se chama Iva, e você Leo e você, qual seu nome?
JOHN
Meu nome é John.
DUDA
Que legal!

Música/ todos conversam animadamente/ O sino toca. Isso significa que é hora do intervalo. Os três amigos sempre vão conversar numa sala.

LEO
Ei, gente! É hora do intervalo. Vamos! Está na hora!
JONH
É mesmo, bora!
IVA (chega perto de John e Leo e fala baixinho)
Ei meninos! Vamos chamar a Duda para ir com a gente?
JOHN
Por mim tudo bem.
LEO
Ei Duda! Vem com a gente!
DUDA (alegre)
Jura! Eu posso ir mesmo com vocês?
JOHN
Claro que você pode! Vai ser um prazer ter uma menina tão legal no nosso trio.
LEO
Epa! Para tudo!
IVA
Porque?
LEO
Não somos mais um trio. A partir de hoje viramos um quarteto de amigos!
DUDA
Que legal! Nunca pensei que eu fosse arranjar três amigos tão legais! E melhor ainda: em tão pouco tempo.
JOHN
Então vamos gente!
DUDA
Mas, para onde não vamos, garotos?
LEO
Para o lugar que a gente sempre vai na hora do intervalo.
JOHN e IVA
Para sala vazia!
DUDA (espantada)
Que sala?
LEO
É uma sala que vamos desde a 6° série.
JOHN
Onde nos dividimos o lanche, jogamos e fazemos tarefas escolares.
IVAN
E bla, bla, bla... E várias outras coisas!
DUDA
Então vamos!

Os quatro saem./Música/
3° CENA

A DESPEDIDA
Autor: Willanny Nathanny
Personagens:
PAULA
CLARA
LUCIA
NARRADOR

NARRADOR
Grandes amigas que se conhecem desde a 5° série e nunca se separam. Elas estão no 3° ano, decidindo que faculdade fazer e pensando no futuro.

CLARA (Pensativa)
Como será daqui para...
PAULA
Como assim?
CLARA (Pensativa)
Nossa vida, nossas escolhas, nossa amizade?
LUCIA
Ai gente! Eu já conheço vocês desde a 5° série e até agora nunca nos separamos. Já até mudamos de escola para ficarmos juntas.
PAULA
É, mas... E agora? Cada uma vai tomar seu rumo. Eu não queria que fosse assim. O tempo passou tão rápido.
CLARA
É já estão terminando as aulas...
LUCIA
Já que estamos conversando sobre isso, eu vou contar uma coisa para vocês. Meu pai vai me levar para Inglaterra. Vou morar lá com ele.
CLARA
Eu também vou me mudar. Vou para São Paulo. Vou fazer a faculdade lá, na USP.
PAULA
É! Pelo jeito cada uma ta indo para um lado! Como amanhã é o ultimo dia de aula, vamos preparar uma despedida?
LUCIA e CLARA
Claro!

(se abraçam e saem de cena) /musica/
(voltam uma de cada vez no chão) /musica acaba/

LUCIA
Finalmente acabou! Vou está livre das aulas chatas.
(triste) mas, agora eu não sei quando vou ver vocês de novo!
CLARA (triste)
É... uma amizade de tanto tempo não deve acabar assim. Por isso, eu trouxe uma coisa para vocês.
PAULA
Eu também trouxe.
LUCIA
Vocês acham que eu iria deixar isso passar em branco? Claro que não!
CLARA
Eu trouxe a pulseira da amizade. Uma de cada cor, a cor preferida de cada um. Para quando vocês estiverem com saudades olhe para ela... Há também trouxe uma carta!
PAULA
Eu trouxe também uma carta para cada uma e um pingente da amizade.
CLARA
Ótimo! Assim colocamos na pulseira!
LUCIA
Trouxe minha câmera para registramos esse momento. E cada um vai ter essa foto para botar num porta-retrato. Mas, antes eu gostaria de fazer um pedido ou melhor que nos todas façamos uma promessa...
CLARA e PAULA
Qual?
LUCIA
Que nunca vamos esquecer um do outro e que pelo menos uma vez por ano a gente se encontre.
CLARA e PAULA
Por mim, tudo bem?

(eles trocam os presentes e as cartas e tiram à foto)

CLARA
Há! Não podemos esquecer de todo dia trocar e-mails e mensagens pelo orkut!

(todas riem e saem abraçadas) / sobe música/

4° CENA
A SEPARAÇÃO
Autor: Tamirys Rodrigues de Souza
Personagens:
TINA
LIV
LARA
NARRADOR

NARRADOR
Liv e Lara são duas irmãs. Liv tem 10 anos e Lara 14. Os pais das meninas se separam já faz três anos e Liv, por ser a filha casula, ainda sofre com essa situação. As duas estão em casa, junto com elas está sua prima Tina.

LIV
Não agüento ser mais criança.
LARA
(rindo) Sinto muito baixinha, mas, você ainda é criança. E maninha, só faltam três anos para você se tornar adolescente. (fala isso com expressão de riso) E você fala isso, mas depois vai se arrepender de ser adolescente. Por que é um saco! Temos obrigações toda hora, além de sermos deixados de lado por não ser mais criança. (pega na mão de Liv e beija a cabeça dela)

(Liv para pensar e fala)

LIV
Mas, o bom mesmo é que vocês podem sair só, sem permissão e podem desobedecer a papai e a mamãe. (fala isso com bastante fúria)
LARA
Nem sempre. Posso sair sozinha, depende do lugar que eu vou e a hora que vou voltar. E mocinha, (colocando a mão na cabeça de Liv) nem pense que por eu ser adolescente posso desobedecer.

(Liv abaixa a cabeça e não fala mais nada e sai correndo. Lara olha que sua irmã está chorando e depois de algum tempo vai atrás dela e começa a falar sobre os seus pais. Liv com má criação tapa os ouvidos e finge que não escuta.)

LARA
Liv, para com isso! Você mesmo diz que não aquenta mais ser criança e faz birras. Isso para mim é coisa de criança. E você mocinha tem que parar de dizer que não tem pai e nem mar. Porque você tem pai, mãe, tia, avó, avô, irmã amigas... Você deveria é agradecer por ter isso. Há muitas crianças por ai que nem isso tem, por perderem cedo.

(pausa)
Você queria que mamãe e papai morresse? (gritando) Queria?

(Liv chora e balança a cabeça fazendo sinal de negação e se abraçam. Quando percebem o pai e a mãe estão atrás delas. Olha-se fazendo sinal de positivo com a cabeça e as duas correm e abram os pais)

LIV
Pai, mãe eu amo vocês, mesmo vocês separados. Um anjo azul uma vez me disse (olhando para irmã) me disse que devemos perdoar as pessoas. Amando e respeitando suas decisões. Por isso eu digo: eu amo muito, muito vocês!

(Liv e Lara abram os pais e saem com eles.)/música/

ULTIMA CENA.

CANÇÃO DA AMÉRICA.
Autor: Milton Nascimento
Adaptação: Onézia Lima

Cada grupo retorna a cena, gradativamente e falando em forma de coro.

GRUPO 1
Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves...
GRUPO 2
Amigo é coisa para se guardar, no lado esquerdo do peito...
GRUPO 3
Mesmo que o tempo e a distância digam não...
TODOS OS GRUPOS
Assim, falava à canção que na América se ouviu.../sobe Música

A REVOLTA DOS BRINQUEDOS






(Uma Homenagem ao Dia das Crianças)
Autor: Luciana do Rocio MallonAdaptação para o teatro: Onézia Lima
Direção: Onézia Lima

Personagens:
PALHAÇO
BONECO COWBOY
BARBIE 1
BARBIE 2
BONECA DE PORCELANA
BONECA DE PANO 1
BONECA DE PANO 2
BRUXINHA DE PANO
BONECO POLICIAL
BONECA DE CORDA
FADA DA LUZ 1
FADA DA LUZ 2

ATO ÚNICO

CENA 1
(Os brinquedos estão posicionados e espalhados pelo palco/Música1/ eles começam a se mexer como se tivessem acordando por fim o palhaço sai de sua posição inicial e vai para o centro da cena)

PALHAÇOCompanheiros, o dia das crianças está se aproximando!
BONECO COWBOY Isto significa, que daqui há alguns dias, o movimento da loja aumentará e crianças vorazes nos farão uma visita.
BONECA DE PANO 1Mas, o problema é sempre o mesmo: primeiro elas se encantam pela gente, mas em dezembro, no Natal, elas sempre ganham brinquedos novos, deste jeito, nos encostam num canto sombrio e nos abandonam .
BONECA DE PANO 2Como você, eu que sou uma boneca de pano, sei disto!
BONECO COWBOY Eu sei como é!
BRUXA DE PANONem parecem que elas têm coração!
(/Música2 de desfile/As Barbeis ficam no centro da cena e como se desfilassem falam uma de cada lado)

BARBIE 1O pior é que tem outro problema!
BARBIE 2 No nosso caso, BARBIES, sempre somos vistas como uma boneca que representa a vida adulta perfeita. Afinal somos: bonitas, magras, profissionais bem sucedidas e muito bem casadas.

BARBIE 1Mas, na vida real, nem sempre é isto que acontece na vida das meninas que brincam com a gente.
BARBIE 2As vezes, nos sentimos uma ponte para a ilusão da vida adulta, uma falsa esperança ... BONECO POLICIALJá, no meu caso,um boneco Policial, nas brincadeiras infantis, eu sempre sou visto como um bom mocinho, mas na vida real há alguns policiais que vão para o lado do mal. Também, me sinto deprimido por causa disto. BRUXA DE PANOA minha situação é pior: por ser uma bruxa, as crianças sempre brincam comigo me colocando no papel de má. Não agüento mais ser o ícone de maldade! BONECA DE POCELANAVejam só a minha situação: como sou uma Boneca de Porcelana sou obrigada a dormir dentro de uma caixa, enquanto os outros brinquedos ficam livres.
BONECA DE CORDA
Eu, uma pobre Boneca de corda, só tenho energia total se as crianças usar a minha corda! BONECO COWBOY Calma, temos que tentar resolver um problema de cada vez! E, agora, o principal problema é o Dia das Crianças! PALHAÇOComo faltam 45 dias, para o dia da criança e brasileiro só escolhe os presentes em cima da hora, tenho uma idéia: Iremos protestar, desaparecendo da loja e convencendo os brinquedos das outras lojas a sumirem também.
BONECA DE PANO 2Ah! E teremos que convencer os brinquedos que estão nas fábricas a evaporarem também.
BONECA DE PORCELANA
Então vamos todos protestar!

(todos os brinquedos gradativamente vão unindo as mãos, uma de casa vez. Por fim, levantam todos juntos e gritando)

TODOS OS BRINQUEDOS
Um por todos e todos por um!

/Música 3/( Distribuem entre si apitos e cartazes e fazem filas. E elas no palco andando de um lado para outro enquanto dois brinquedos saem do palco e começam a distribuir panfletos a platéia e por fim retornam ao palco e todos vão para dentro das coxias)

TODOS OS BRINQUEDOS
Brinquedos unidos jamais serão vencidos!(Repete 4x)(saem)


CENA 2

(aparece à fadas da luz, cada uma de um lado e ficam olhando para os lados não concordando com a atitude dos brinquedos)( /Música4/ para entrada da Fadas da Luz)

FADA DA LUZ 1
Os brinquedos foram às lojas e as fabricas protestando e desta maneira, todos os bonecos sumiram destes lugares e foram para o Esconderijo Secreto dos Bonecos, que ficava entre Onde O Vento Faz a Curva e Onde Judas Perdeu as Botas. Meu Deus!
FADA DA LUZ 2
Quanto tempo já passou!E só falta um dia para o Dia das Crianças. Coitados dos pais, dos lojistas e dos fabricantes de brinquedos! Eles devem estar desesperados!
FADA DA LUZ 1
Essa atitude está errada!
FADA DA LUZ 2
Vamos até ao esconderijo deles!

(saem de cena e entra os brinquedos) (/música5/ para entrada dos brinquedos)


CENA 3


(entram os brinquedos e ficam de frente para a platéia mas, com um sentimento de tristeza e revolta)

FADA DA LUZ 1 ( a outra concorda balançando a cabeça) Meus amados brinquedos, está atitude de vocês está errada!

(uns brinquedos se viram de costas, outros ficam de braço cruzado e outros com feições de abusados)

PALHAÇONossa atitude está correta.
BONECA DE PANO 2As crianças é que agem incorretamente com a gente, porque no começo tudo é alegria para elas com a nossa presença.
BONECA DE CORDA
Mas, quando o Natal chega, elas se esquecem dos brinquedos que ganharam no Dia da Criança e só dão bola para os seus novos brinquedos de Natal.
BONECO COWBOY Desta maneira, elas encostam a gente e ficamos esquecidos e empoeirados.
BRUXA DE PANO
Isto é muita falta de consideração, pois deste jeito não temos ninguém para brincar conosco. (faz cara de choro)
(a Fadas da Luz ficam pensativas)

FADA DA LUZ 2Bem, o que vocês talvez não saibam, é que existem muitas crianças carentes, que não recebem brinquedos nem no Dia da Criança e muito menos no Natal.
FADA DA LUZ 1
Por isto, temos uma idéia: Temos que dar um jeito de convencer as crianças, que têm muitos brinquedos, a participarem de campanhas!
FADA DA LUZ 2
Tipo: Doe Seu Brinquedo Usado a Uma Criança Carente! Doe Seu Brinquedo Usado a Uma Criança Hospitalizada!
(Os brinquedos vão ao centro de cena como se estivessem em reunião, e só se escuta cochichos. Nos fim, eles se afastam e com expressão seria)

PALHAÇO (com uma cara seria e depois com um sorriso)
Esta sua idéia é excelente!
BONECA DE PANO 1 (animada)Porque deste jeito: faremos crianças carentes felizes e não ficaremos sem companhia para brincadeiras!
(todos os brinquedos aplaudem)

FADA DA LUZ 1Mas, para que isto se torne realidade, vocês precisam voltar para as lojas e para as fábricas!
BONECO POLICIALMas, quem irá plantar estas idéias nas cabeças das crianças?
FADA DA LUZ 2 (apontando para a outra fada e ela fazendo sinal de positivo com o rosto)Nós! Afinal, somos as Fadas da Luz e temos este poder.
(Então, todos os brinquedos aplaudem as fada e voltaram para posição inicial)

(/música 6/ final)

(os brinquedos parados na posição inicial e começam a se mover com o ritmo da música, depois começam a dançar todos juntos. No fim entram as Fadas da Luz e dançam com eles)

O CASAMENTO DO JUMENTO COM A ONÇA






Autor: Onézia Lima
Inspirado em a Megera domada de William Shakespeare
Direção: Onézia Lima

Personagens:
NARRADORES (dois) (não tem sexo definido, eles têm que ser bem alegres e animados)
CATARINA (noiva) com uma personalidade forte e braba.
PEDRO (noivo) valente matuto
MANUELA (irmã da noiva do meio) a inteligente (sincera e irônica)
BEATRIZ (irmã da noiva mais nova) romântica e inocente
BATISTA (pai da noiva) típico coronel do sertão
DONA NORMA (mãe da noiva) Típica beata de igreja.
O PADRE (bêbado)
MULHERES

INTRODUÇÃO
(música: entram os personagens e ficam parados como se fossem estatuas)

(música: os narradores se movem como se estivesse vendo algo)

NARRADOR 1
Boa noite senhoras e senhores! Num lugar muito longe! Onde a terra é de cuscuz, os rios são de leite e as montanhas de rapadura!
NARRADOR 2
Nesse paraíso, acontece um casamento de um matuto valente com a mulher-fera do sertão. E essa história que vai ser contada para vocês

(assim, no decorrer da música demais personagens ficam em posição e começam a dançar. No fim dela, os personagens se retiram só ficando o Batista, Manuela e a Catarina e o narradores ao fundo)

1° ATO A Fera

1° Cena

BATISTA
Minhas flores de mandacaru!
CATARINA
O que é?
BATISTA
Tenho que arrumar um marido para você, Catarina!
CATARINA
O senhor ficou lê lê da cuca? Num me caso. NUNCA!
BATISTA
Você precisa casar minha flor, todos já estão falando de você...
CATARINA
O que esse povo que num tem o que fazer tá dizendo?
MANUELA
Que você vai ficar encruada, pra titia! Com esse gênio que você tem maninha, nem um bêbado vai te querer!
CATARINA
Eu não estou preocupada! Vai nascer ainda o homem que coloque cabresto em mim!(sai)
BATISTA.
Se vai nascer ainda, eu num sei, mas que vou achar esse homem, ai que vou! E você casa! Se não me chamo Coroné Batista Cavalcanti de Melo e Souza!

(Batista e Manuela saem para o outro lado)

2° Cena:
(Pedro com uma mala na mão e do outro lado os narradores)

NARRADOR 1
Olá seu moço, de onde o senhor vem?
PEDRO
Vim de longe, dá capital.
NARRADOR 2
Logo notamos que o senhor num era dessas bandas, o que o senhor procura nessas terras?
PEDRO
Sabe que num sei, estou sem rumo nessa vida! Bem que eu queria que a sorte batesse a minha porta!
NARRADORES (Olhando para a platéia, com um ar malicioso)
NARRADOR 1
Quem sabe a sorte num está mais perto que pensas! Olhe, um coroné, muito rico, está deposto a casar sua filha mais velha a quem consiga lhe colocar o cabresto
PEDRO
Avé Maria, a filha desse Coroné é uma mulher ou uma Onça?
NARRADOR 2
Vamos dizer que é um pouco dos dois. (dá uma risadinha)
PEDRO
Bom, acho que vou encarar essa fera, o pai é rico, estou cheio de dividas, pode ser um bom negocio. (pensativo) Mais me diga uma coisa, a bichinha é bonita?
NARRADOR 1
Bunita? Sim, sim, sim! Só que tem um gênio! (balança a cabeça para os lados)
PEDRO
Então diga a esse Coroné, que quero conhecer a sua filha mais velha, e que minhas intenções são de casamento. Amanhã logo cedo já estarei na casa dele e saio de lá, já noivo! Até amanhã! (sai)
NARRADOR 2 ( fica olhando para ele até sair e depois fala com a platéia)
Senhoras e senhores! Vamos ver se o nosso Pedro será o domador da Fera!(rir muito e saem de cena)

2° ATO O Noivado

1°Cena
(entra Beatriz, Manuela e Catarina)

BEATRIZ
Oh, Cata! Por que você me trata tão mal, eu nunca fiz nada que te desapontasse!
CATARINA
Ah, Beatriz!O seu jeito, esse ar romântico, meigo e melequento que me desagrada!
MANUELA
Maninha, acredito que Cata na verdade morre de inveja de você, pois, estás cheia de pretendentes, e ela, coitada! Num tem um único homem em toda essa região que queira casar com a Fera! (fala isso rodando pela irmã com ar de superioridade)
CATARINA
Oh, Manuela!Como isso fizesse eu ficar com rugas de preocupação! (rir bem alto)

(batem na porta e escutam a voz de dona Norma)
DONA NORMA
Meninas, Meninas! O seu pai quer falar com vocês!

(as três se olham e andam em direção a outra extremidade do palco, Catarina na Frente, Manuela e Beatriz atrás.)

2° Cena
(do outro lado do palco, entra Pedro com Batista)

BATISTA
Tenho três filhas. Catarina, Manuela e Beatriz. O senhor veio aqui com a intenção de desposar a minha mais velha, a Catarina.
PEDRO
Mais que belo nome! Ela deve ser muito bela e Virtuosa.
BATISTAS
O senhor não sabe quanto!(palsa)
Aqui estão minhas flores do sertão!

(Beatriz, de forma gentil, se curva fazendo reverência à visita Manuela aperta a mão de Pedro e Catarina fica parada e seria)

Catarina, esse moço veio aqui pedir a sua mão em casamento, vou deixar que vocês conversem um pouco para se conhecerem melhor.

(Catarina fica com cara de assuntada e depois de braba. Batista pega no braço das meninas e saem se cena)

PEDRO
Olá, te Chamam de Cata não é? És a flor mais linda de todo sertão!
CATARINA
Para quem é burro, você escuta demais, para senhor, seu jumento, me chamo apenas Catarina!
PEDRO
Não maltrate quem te corteja
CATARINA
Preferia ser cortejada por um abrute, do que por um jumento.
PEDRO
Ohhh...Catinha, não seja tão azeda!
CATARINA
Só fico azeda quando vejo um rato!
PEDRO
Bom, já sai de burro e Jumento para rato. Mas, saibas você não me irritas e que as palavras que saem de sua boca, são para mim como a brisa de chuva fresca em dia de calor.
(Catarina faz cara de zangada e entra batista)
BATISTA
E ai senhor Pedro, fez algum progresso com minha filhinha?
PEDRO
Sim, Coroné Batista, nos demos tão bem, e já acertamos! O casamento será o mais breve possível.
(Catarina faz cara de assustada)
BATISTA
Ah! Que maravilha!Quando então será o casório?
PEDRO
Amanhã!
BATISTA
Como amanhã? Já?
PEDRO
Sim, nos demos tão bem que não temos mais que esperar!
BATISTA
Então ,está certo! Amanhã vocês casam!
Norma, meninas!Norma, meninas! (gritando) (entram as três correndo)
DONA NORMA
Sim meu querido!
BATISTA
Sua filha Catarina se casa amanhã! Esse senhor é o noivo!Faça todos os preparativos!
(Norma olha para Pedro, depois para Catarina)
DONA NORMA
Casamento? Já? Amanhã? (gaguejando) Bom, estará tudo arrumado! (sai Beatriz, Manuela e Norma)
BATISTA
Então, até amanhã senhor.
PEDRO
Até coroné! (sai)
CATARINA (para Batista)
Como o senhor faz que eu case com esse maluco?!
BATISTA
Para casar com você minha filha, maluco é pouco!( os dois saem e entra os narradores)
NARRADOR 1
Já que o casamento é logo...
NARRADOR 2
Vamos arrumar a festa!

(entram Dona Norma, Manuela, Beatriz e algumas mulheres e junto com os narradores começam a arrumar o local para o casamento dançando ao som da música, ao final todos saem)

3° ATO O Casamento
(Cena única)

(Entra Catarina vestida de noiva Manuela e Beatriz)

BEATRIZ
Minha irmã, que felicidade! Hoje é o seu casamento!
CATARINA
Seria mais feliz se fosse meu enterro!
MANUELA
Num fale assim Cata, arrumou um homem que parece que gosta de você! (fala isso com uma expressão irônica e Catarina fica ainda mais com raiva)
DONA NORMA
Minhas filhinhas estão tão lindas! Vamos, todos os convidados já chegaram! (sai Dona Norma, Manuela e Beatriz)
(Entra batista)
BATISTA
Vamos Cata, é o seu grande dia! (Catarina faz cara de zangada e pega no braço do pai de forma brusca)

(No altar está o padre ao centro, Pedro do lado direito, Norma, Manuela e Beatriz e os Narradores do lado esquerdo. Marcha nupcial, entra Batista quase que arrastando Catarina.)

PADRE
Meus filhos e minhas filhas! Estamos aqui reunidos para unir em Santíssimo matrimônio o Senhor Pedro José Maciel Fragoso Andrade e Costa com a senhora Catarina Cavalcanti de Melo e Souza. È por livre e espontânea vontade que ambos se encontram nesse momento na casa de Deus para se tornarem marido e mulher?
PEDRO
Sim...
CATARINA
Não! (todos olham para Catarina)
PEDRO
(fala bem próximo dela, quase que cochichando)
Ô Minha brisa do sertão, me diga uma coisa, queria que eu sumisse?
CATARINA (gritando)
SIM !
PADRE
Já que é de consentimento do casal, declaro marido e mulher!Que sejam felizes! Amém!
(Catarina faz cara de braba, mas quando Pedro lhe dá um beijo, ela fica toda tonta. E sorrir)
TODOS
Viva os Noivos!
NARRADOR 1
Com a Benção de Santo Antonio e de São João!
NARRADOR 2
Vamos todos comemorar a festa do casório com uma grande e bela quadrilha!

(Os personagens formam pares e convidam a todos a dançar quadrinha!)

Flerte Fatal

Texto produzido coletivamente e através de jogos de improviso.
Direção: Onézia Lima
Sonoplastia: Rock instrumental (no início e no fim de cada cena)

1º CENA (noticias populares)

*6 atores sentados em 6 cadeiras (3 homens e três mulheres). Cada um segura um jornal na mão, que tampa o rosto e só ficam visíveis as pernas e os pés. Todos, de forma aleatória, começam a ler noticias dos jornais.
Assim, cada dupla uma inicia a noticia e a finaliza (as duplas são formadas por um homem e por uma mulher). Quando uma dupla fala, os outros permanecem imóveis.

HOMEM 1
Noticias, noticias e mais noticias.
MULHER 1
Noticias populares!
HOMEM 2
Adolescente presa em show de Rock
MULHER 2
Estava com cocaína, craque, maconha e lança perfume.
HOMEM 3
Adolescente assassinada
MULHER 3
Era viciada em drogas!
HOMEM 1
Prisões, morte, drogas!
MULHER 1
Os jornais nos falam todos os dias
HOMEM 2
Adolescente presa em show de Rock
MULHER 2
Estava com cocaína, craque, maconha e lança perfume.
HOMEM 3
Adolescente assassinada
MULHER 3
Era viciada em drogas!
HOMEM 1
Drogas!Drogas e Drogas!
MULHER 1
Maconha, cigarro, craque, cocaína, álcool

(pausa) e todos folheiam os jornais.

HOMEM 2
Ex-drogado fala como saiu do vicio.
MULHER 2
A família foi fundamental para sua recuperação.
HOMEM 3
Hoje ele vive bem...
MULHER 3
Uma lição de vida!
HOMEM 1
Então, existe esperança?

Abaixa o jornal e não levanta mais.

MULHER 1
Sim, existe esperança!

Olhando para ele com um sorriso no rosto.
Todos abaixam os jornais, com um sorriso no rosto, levantam-se um de cada e saem de cena. Toca a música e os personagens da próxima cena chegam e ficam na frente de cena. E depois tomam sua posição inicial.

2º CENA
Personagens:
TAMY
PRI
LINE
POLICIAL 1
POLICIAL 2

No centro de cena encontra-se Priscila que fuma um baseado.

TAMY
E ai parceira?
PRI
Tudo beleza! Trouxe as paradas!
TAMY
Claro, acha que eu ia esquecer? Olha, essa é Line.
LINE
Eu já conheço Pri de outras paradas. Já estudamos juntas no colégio.
PRI
Isso mesmo, já faz um tempinho e ai, vamos para show de rock?
TAMY
Vamos, e toma as paradas pra começar a esquentar!

Pri e Line fumam maconha enquanto Tamy cheira lolo. Sobre mùsica de rock pesado. Aparece ao fundo da cena policiais que observam as três jovens e depois de algum tempo às abordam.

POLICIAL 1
Encosta, encosta, encosta.
PRI
O que é meu irmão? Estamos fazendo nada!
POLICIAL 2
Encosta na parede e não reclama.
LINE
O que é cara, tira a mão daí! Não tem nada ai não! Sai!
TAMY
Larga ela! Porra! Larga ela!
POLICIAL 1 (para Line)
Se não tem nada o que é isso? Está presa! direto para delegacia!
TAMY
Larga ela! Seu bosta! Largar!
POLICIAL 2
Vocês duas vem comigo, vamos passa!
POLICIAL 1
Vamos mocinha!
LINE
Vou nada, me larga! Ai! Me larga! Eu vou te pegar depois seu bosta!

Sobe música para trocar de cena. Entram os personagens da próxima cena de forma gradativa.

3º CENA
Personagens:
CAMILA
RODRIGO
TUBARÃO
ISA
JESSICA

Camila está em centro de cena, fumando um cigarro de maconha. Do lado esquerdo atrás de cena encontra-se Tubarão que conta dinheiro, e no lado direito, em frente de cena, encontra-se Isa com um caderno na mão e estudando.

CAMILA
Putz! Que droga!Acabou, vou comprar mais!
TUBARÂO
E ai Camila! Tudo beleza moça!
CAMILA
Olá Tubarão!Tudo na limpeza! E ai, tem um bagulho para mim ai?
TUBARÃO
Aqui nunca falta!Tome, é de primeiríssima qualidade! E ai, tem noticias do Rodrigo?
CAMILA
Tubarão, o mané não foi preso. Que bicho burro!
TUBARÃO
Isso que dá principiante, idiota mesmo!
CAMILA
To indo Tubarão! Valeu pela parada!Fui!

Camila anda pelo palco fazendo um circulo fumando o cigarro de maconha. Nesse caminhar entra Jéssica.

CAMILA
E ai Jéssica!
JESSICA
Tudo bem Camila! O que é isso ai?
CAMILA
Ah! É uma parada show! Experimenta Jéssica!
JESSICA
Isso não faz mal não?
CAMILA
Deixa de ser mané! Pega logo, você vai gostar!

Jéssica pega no cigarro de maconha e traga e sente uma tontura.

JESSICA (tragando e se desequilibra)
Porra Camila! Esse negocio é muito bom! Caramba!
CAMILA
Então fica com esse para você! Eu tenho mais!
JESSICA
Camila, obrigada! Valeu mesmo!
CAMILA
Que nada, o que a gente não faz pelos amigos! Estou indo!
JESSICA
Valeu Camila. Chau!

Jéssica dá voltas pelo palco, para em frente de cena, fuma, e depois sai de cena. Isa estuda quando escuta Jéssica chamar por ela.

JESSICA
Isa!Isa!Isa!
ISA
Entra, Jéssica!
JESSICA
Olá Isa! Tais fazendo o que?
ISA
Estou estudando para o Vestibular.
JESSICA
Isso não leva ninguém a nada!

(Jéssica senta do lado de Isa. Que depois de um tempo sente o cheiro da maconha.)

ISA
Vixe! Jéssica! Que catinga é essa! Para com isso menina!
JESSICA
Que nada Isa, essa é uma parada muito boa!
ISA
Que nada! Essa parada que você diz que é “boa” vicia e faz mal a saúde!
JESSICA
Que nada! Deixa de ser careta Isa! Você não sabe de nada!
ISA
Sei sim! Sei que isso ai não presta. Por que você invés de perder tempo com DROGA, não vai estudar para o Vestibular?
JESSICA (furiosa e arranca o caderno de Isa e o Joga no chão)
A droga é isso aqui! Ou você acha que gente da favela tem futuro estudando?
ISA
Tem sim...
JESSICA
Tem nada! É melhor curtir a vida usando dessas paradas!

A duas ficam paradas com cara de raiva. Isa, com braços cruzados e batendo o pé e Jéssica nervosa e fumando o cigarro. Quando isso acontece, escuta-se a voz de Rodrigo.

RODRIGO
Isa! Isa!

Silêncio

RODRIGO
Isa! Isa! Isa!
ISA
Entra!

Rodrigo entra em cena

RODRIGO
Isa, que saudade, quanto tempo!
ISA (feliz)
Rodrigo, você foi solto que coisa boa!
RODRIGO
É Isa, eu era réu primário. Meu pai vendeu a geladeira de casa para pagar a fiança.
ISA
Poxa, e agora?
RODRIGO
Vou ter que trabalhar para comprar outra. Mas graças a Deus estou livre daquele inferno. Drogas nunca mais!
ISA
Que coisa boa Rodrigo. Mas, olha outra amiga da gente entrando nesse caminho. (aponta para Jéssica que está um pouco distante deles) Tenta conversar com ela!
RODRIGO
O que isso Jéssica?
JESSICA
Oi menino! Ah! Isso é uma parada muito boa! Experimenta Rodrigo!
RODRIGO
Eu sei bem como é, mais deixa isso! Jéssica isso não leva a nada!
JESSICA
Lá vem você também com sermão! Ai não!
RODRIGO
Não é sermão! É a verdade! Deixa isso! (tira o cigarro da mão dela joga no chão)
JESSICA
Porra, cara! (pega o cigarro do chão) Me deixa! Eu sei o que é bom para mim. (sai de cena)
RODRIGO
Eu tentei Isa!
ISA
Eu vi. Vamos a deixar cuidar da vida dela sozinha mesmo, já que não nos escuta!
RODRIGO
É, espero que não aconteça nada de mal. Estou indo, tenho que procurar emprego. Chau!
ISA
Tudo bem, e eu tenho que voltar a estudar para o vestibular. Chau e se cuida!

Isa senta na cadeira e Rodrigo sai de Cena. Jéssica aparece em cena com o cigarro, caminhando em voltas. Até depois de duas voltas para em frente de cena e ao centro.

JESSICA
Poxa, a parada acabou! Que merda! Vou ter que comprar no Tubarão!

Ela caminha, dando duas voltas e vai em direção que está o Tubarão.

JESSICA
Olá Tubarão! Sou amiga de Camila!
TUBARÃO
Opa! Tudo bom! O que queres de mim?
JESSICA
Estou precisando da parada, do bagulho!
TUBARÂO
Tudo bem, aqui nunca falta e é de ótima qualidade.
JESSICA
Obrigada! ( e sai)
TUBARÃO
Ei, mocinha! Como é seu nome mesmo? E cadê meu dinheiro?
JESSICA
Ah, Jéssica. Olha eu estou sem dinheiro. Mas posso pagar de outra formar (passa a mão no peito do Tubarão com expressão insinuante)
TUBARÃO
O que isso menina! Sai! Eu sou casado! Está maluca? Tudo bem, já que é a primeira vez que você compra, vou ser bonzinho. Você tem até quinta-feira às 10 horas da manhã para trazer meu dinheiro. Ouviu!
JESSICA
Tubarão, obrigada! Quinta-feira sem falta eu trago! Pode deixar. Obrigada! (sai de cena)

Tubarão senta. Passa-se um minuto e ele conta dinheiro e arruma o revolve. Olha para o relógio com expressão de indignação.

TUBARÂO
Já chegou quinta feira e são de meio dia. O tempo dela se esgotou. Vou atrás dela.

Jéssica entra. E vem em linha reta. Enquanto Tubarão faz um percurso perpendicular. E se encontram no centro de cena. Jéssica no centro de cena, e ele na ponta esquerda.

TUBARÃO
Jéssica! Cadê minha grana!
JESSICA
Desculpa, Tubarão! Eu não consegui. Desculpa!
TUBARÃO
Eu disse que era até hoje Jéssica.
JESSICA
Eu seu tubarão, me dê mais uns dias para que eu consiga a grana!

Entra Rodrigo e Isa e ficam escondidos observando o que acontece.

TUBARÃO
Seu tempo acabou! Se não pagar agora perde a vida!
JESSICA (andando para trás, tremendo)
Tubarão, não faça isso não! Por favor! Me dê mais um tempo.
TUBARÃO
Você vai pagar com sua vida! (saca a arma e atira)
JESSICA, RODRIGO e ISA (gritam)
Não!

Jéssica cai morta. Rodrigo e Isa correm para junto dela e tubarão sai de cena.

RODRIGO
Jéssica! Acorda Jéssica! Acorda!
ISA
Jéssica, não! (chora)

/Música/Os personagens da próxima cena entram e se posicionam.

4º CENA
Personagens:
JORNALISTA
DANILO
MARIANA
JADE

Sentados em cadeiras. Juntos e em cadeiras enfileiradas. Danilo ao centro segurando na mão de Jade e do outro lado dele Mariana de perna cruzada. O Jornalista está um pouco separado e em destaque.

JORNALISTA
Bom dia! Estamos começando mais um Jornal NP, Notícias populares. E hoje estamos com Danilo, ex-viciado em drogas, que vai nos contar como saiu dessa vida. Ele vem acompanhado de sua esposa Jade e de sua Irmã Mariana. Bom dia Danilo.
DANILO
Bom dia!
JORNALISTA
Para começar nossa conversa, conte-nos como foi que você entrou nas drogas.
DANILO
Eu era um rapaz comum. Estudava, namorava, jogava bola e tinha amigos. Sendo que quando meus pais se separaram comecei a me sentir perdido, sozinho, triste. Então conheci “uns amigos” que me ofereceram um cigarro de maconha e disseram que ia me fazer sentir melhor. Acreditei e começou assim
JORNALISTA
Mariana, como foi para você quando viu que seu irmão estava usando drogas?
MARIANA
Sabe, não notamos de inicio. Ele passava mais tempo na rua do que em casa. Ele sempre foi um menino tranqüilo, alegre e cheio de vida. Só que, depois de algum tempo, ele começou a mudar, ficar serio, e agressivo.
JORNALISTA
Danilo, como foi o seu tratamento?
DANILO
Quando a minha família notou, eu já estava viciado em maconha, álcool, cocaína e craque. Eles me deram muito apoio. Disseram que eu era maior do que isso e que ia ficar bom. Eu sabia que não era certo, mas não conseguia parar. Eles me ajudaram, me colocando numa clinica para reabilitação e depois de três anos eu estava bem.
JORNALISTA
Jade, você como namorada na época, e hoje, como esposa, como pode descrever esse período?
JADE
Eu sempre amei muito Danilo, ele é tudo para mim. Passamos por maus momentos. Ele que sempre foi amável comigo, passou a me tratar mal. Mas, eu sabia que era por causa das drogas. E lutei junto com ele. Sempre estive ao seu lado e hoje estamos casados, felizes e esperando nosso primeiro filho. Ele é minha vida!

(Danilo beija a testa da esposa.)

JORNALISTA
Mariana, então a ajuda da família e da namorada foram de grande importância para a recuperação do Danilo?
MARIANA
A família foi à base. Nos todos juntos e com a ajuda de Jade podemos ter força e lutar para fazer Danilo melhorar. Hoje ele está recuperado, feliz e voltou a ser meu irmão tranqüilo e alegre que amo muito.

(Danilo pega na mão da irmã, e lhe dá um sorriso)

JORNALISTA
Então Danilo, tem uma frase para deixar de recado ao telespectador?
DANILO
Tenho sim! Digo a todos que não troquem momentos de curtição por uma vida inteira. E que as drogas não são a solução para nossos problemas.
JORNALISTA
Agradecemos à presença de Danilo, Jade e Mariana. E encerramos por aqui o nosso Jornal NP, Noticias Populares. Não perca o programa de amanhã que será sobre gravidez na adolescência. Um bom dia a todos.

As personagens ficam imóveis. /música/

5º CENA
Música: Flerte Fatal (Ira)
(todos os personagens da peça entram gradativamente ao som da musica e no final se abraçam em sinal de confraternização)

A Semente e os frutos

Inspirado no cordel de João Bosco Dias
Autor: Onézia Lima
(com música de Chico Buarque Tanto mar instrumental)

Personagens:
Voluntários:
LUIS
ROSA
Crianças:
ANTONIO (mais novo dos meninos)
NICOLAU (menino esperto)
MARIA (menina inteligente e sabe tudo)
MADALENA (amiga de Maria)

No instituto Mazza, crianças brincam e dois voluntários chegam. Eles ficam olhando para elas, até que Nicolau os vê e corre para falar com os voluntários.
(...)

ROSA
Sabe Nicolau, existe uma História de um rapaz que tem um nome parecido com o seu. E fez uma mudança na vida de muitas pessoas na Itália em pelo século XIX.
NICOLAU
Sim, é a história de um padre chamado Nicola Mazza?
ROSA
Isso mesmo Nicolau! Vocês conhecem essa história?

(as crianças aproximam-se)

MARIA
Eu sei! Eu sei! Eu sei! Ele nasceu em Verona na Itália em 1790, tinha sete irmãos e era filho de uma senhora chamada Rosa e de um senhor chamado Luis.
MADALENA
Vixe! Você sabe de tudo é Maria? Deixa Rosa contar...
NICOLAU
Eu conheço a história dele também! Sei que os pais dele eram comerciantes e por causa da guerra na Itália tiveram que se mudar. Mas que guerra era essa?
ROSA
Era a revolução Francesa! Na Época, era Napoleão Bonaparte que estava no poder e estava invadindo toda a Europa.
MARIA
È a Itália num ia ficar de fora. Era um ponto estratégico, principalmente Verona, onde Mazza nasceu.
LUIS
Sim, Maria, por causa disso, a Família de Nicolau se mudou para uma granja em Marcellise e foi lá que o pequeno Mazza passou toda sua infância e juventude.
ROSA
Ai, na adolescência, ele conheceu o padre Antonio Cezare, que foi seu professor.
LUIS
E Ele, Antonio, foi o responsável de levar Nicola para o seminário.
ROSA
É e lá era um menino muito esforçado e inteligente, se destacando em várias disciplinas!
MARIA
Ele era bom em: matemática, história universal, física, filosofia e era mais craque em Teologia!
ANTONIO
O que é teologia?
NICOLAU
Toinho, teologia é o estudo sobre a igreja, sobre deus! O nome já diz:Teo significa Deus, lógica, significa Estudo.
ANTONIO
Ah!! Entendi! E a história, continua Rosa!
ROSA
Vamos lá! Em 1814 ele já tinha terminado os estudos e já estava se ordenando padre.
MARIA
Eita! Na mesma época da derrota de Napoleão!
LUIS
Isso, mas a guerra, como qualquer outra deixa muitos estragos, e a Itália estava destruída e seu povo passando fome.
ROSA
É mas, Padre Mazza sempre que conseguia, dava esmolas, e levava escondido na batina alimentos, remédios e roupas para os mais necessitados.
NICOLAU
E por causa de suas obras ele começou a ser chamado de “pai dos pobres,” não é?
ROSA
Isso Nicolau!E ele começou a ajudar também nos estudos de dois rapazes pobres: Luis Dusi e Alexandro Aldegheri e eles dois, se ordenaram também!
ANTONIO
Mas, padre Mazza ajudou também meninas órfãs da guerra que queriam estudar e ter uma vida melhor.
MARIA
Mas, aconteceu uma peste nessa época num foi?
ROSA
É Maria, uma epidemia sem tamanho que deixou muitas crianças sem pais...
NICOLAU
E a partir daí, que nasce um projeto para ajudar esses órfãos, não é?
LUIS
E num é, ele montou um instituto e lá elas estudavam arte, tem um profissão e com que produziam, se sustentavam.
ANTONIO
Era a tecelagem, né? Isso eu sei, elas faziam tapetes e tecidos!
ROSA
Muito bem Antonio! Mas, vocês sabiam que chegou um momento de ter mais de 500 moças no instituto e muitas delas depois de se tornavam cooperadoras...
NICOLAU
Elas ajudavam a cuidar das outras órfãs mais novas.
MARIA
E também, algumas delas se casaram e outras se tornaram freiras.
MADALENA
Então é por isso que além de ser chamado “pai dos pobres”, padre Mazza era conhecido como “pai das Órfãs”?
LUIS
Sim, Madalena. E do nome de “Pai das Órfãs” é que ele mais gostava.
ROSA
Meninos, uma vez um Padre chamado Albertine, que era muito rico, ficou conhecendo as obras de Padre Mazza e fez doações bem legais!
MARIA
Como uma Igreja, não é?
MADALENA
Uma igreja, caramba!
NICOLAU
É Madalena, e aos poucos o local que ficava a igreja, que era um local de periferia, foi se transformando.
LUIS
È ele dava educação a meninos pobres, para que eles pudessem servir tanto a sociedade como a igreja.
ANTONIO
Mas, como eles conseguiam sustentar o instituto?
ROSA
Era com base em doações, às vezes passavam por dificuldades, mas conseguiam superá-las com a ajuda da população.
MADALENA
È verdade que padre Mazza foi para África?
LUIS
Ele não foi sim para África, mas, ele queria oferecer a esse povo um sentimento cristão.
NICOLAU
Ele não gostava de ver o negro como escravo na Europa, não é? Por isso ele queria ajudá-los!
ROSA
Sim, ele tinha o desejo de ir até ao Congo, que até o apelido de “Padre congo” ele teve.
ANTONIO
Eita, esse padre tem muito apelido! “Pai dos Pobres”, “Pai das Órfãs” e agora “Padre Congo”!
MARIA
Ahahaha!
ROSA
Sim, sim, sim. E assim, com a ajuda de padre Vinco, conseguiu fazer uma missão na África.
LUIS
E depois de um ano ele volta, e ver que teve um bom resultado. E depois, passou mais dois anos lá.
NICOLAU
Mas, ele adoece não é?
ROSA
È Nicolau, ele tem uma febre africana, que acaba falecendo. Mas, sua missão ficou conhecida em toda Verona.
LUIS
E Logo depois uma outra missão de Padres foi para África.
MARIA
Nela estavam o Padre Antonio Castagnaro e o João Beltrame.
ANTONIO
Eita, o padre tinha o meu nome!
MADALENA
Mas, um deles morre não é?
ROSA
Infelizmente sim, Madalena, o padre Antonio não sobrevive.
ANTONIO
Poxa!Logo o que tinha meu nome!
LUIS
E com a morte de padre Antonio, padre Mazza fica muito triste.
MARIA
Porém, logo eles formaram uma grande missão em direção à África!
NICOLAU
È vão no total 5 padres: Daniel,Angelo,Alessandro,Francisco e João e um ferreiro chamado Isidoro.
ROSA
Isso, e essa missão ensinava jovens africanos e depois fazia com que eles repassassem a seus irmãos.
LUIS
Mas, como sempre, era muito difícil sobreviver na África e depois de alguns anos o padre Francisco morre e o ferreiro Isidoro.
MADALENA
Mas, os outros padres continuam, não é?
NICOLAU
Sim, e eles continuaram sua missão lá.
ROSA
Pois, é. Padre Mazza mesmo nunca tenha ido à África, ele teve o nome de “apostolo da África”.
ANTONIO
Eita! Mais um apelido para o padre Mazza!
LUIS
Ele viveu toda sua vida no instituto e lá ele deu educação a jovens pobres, ajudando os doentes, protegia as órfãs.
ROSA
Mas, nosso bom padre, como qualquer ser, chega à hora de partir, e depois de muito trabalho com a caridade ele morre com 75 anos.
LUIS
Porém, essa obra de Padre Mazza se Multiplicou! E continua ajudando nos estudos de meninos pobres.
NICOLAU
Adorei essa história Rosa e Luis, eu conhecia alguma coisa sobre padre Mazza, mas agora eu entendo melhor.
ANTONIO
Eu gostei da história também! Conta de novo!
MARIA
Hahahahah! Antonio, depois Rosa e Luis conta de novo para você!
ROSA
Sim, crianças. Contaremos sim, agora é a obrigação de vocês contarem a história do Padre Mazza que fez tantas coisas boas por nós!
ANTONIO, MADALENA, MARIA E NICOLAU
Deixa com a gente!
LUIS
Agora está na hora de vocês estudarem! Não é, mocinhos?
MARIA (pega na mão da Madalena)
Eita é mesmo, vamos, vamos!
ANTONIO (dando um beijo na Bochecha de cada um)
Chau Rosa, Chau Luis!
NICOLAU (fica Olhando para os Voluntários e depois corre os abraça ao mesmo tempo)
Obrigado!

Os voluntários ficam por um tempo parados, olhando as crianças irem embora. Depois olham um para o outro e falam

LUIS
Vamos pedir ao bom deus
O Nosso pai soberano
Para infundir nos jovens
ROSA
O espírito mazziano
Para esta Obra crescer
Dia a dia, ano a ano!

Numa Noite de natal

Autor: Onézia Lima

Personagens:
O NARRADOR
O CAPITALISTA
O MENINO
O EMPREGADO
A FILHA
O ADVOGADO
A MÃE
O PAI
PRESENTE
PASSADO
FUTURO

1º Ato
A injustiça.

O capitalista chega, com seu ar imponente mandando e desmandando no local. Menospreza os funcionários, sendo ignorante e rude.

CAPITALISTA
Que bagunça está essa empresa! Só trabalho com pessoas incompetentes!Saiam aqui seus proletários idiotas!

(senta em sua mesa como se fosse o senhor de tudo. Chega o advogado, com uma papelada de dividas de moradores de uma vila)

ADVOGADO
Bom dia!
CAPITALISTA
Só se for para você, estou num péssimo dia!
ADVOGADO
Bom...senhor... eu trouxe uns papéis para o senhor olhar...
CAPITALISTA
Do que se trata?
ADVOGADO
Os moradores da vila estão com os pagamentos atrasados.
CAPITALISTA
O que? Eles estão me devendo?! Despeje todos de suas casas! Não posso sustentar vagabundo!
ADVOGADO
Patrão, eles estão devendo porque o senhor tem aumentado muito o preço das parcelas.E o miserável salário que eles recebem... não acompanha!
CAPITALISTA
Você está SURDO, meu filho? Eu disse que despeje! Não quero saber!
ADVOGADO
Mais, senhor...
CAPITALISTA
Nada de Mais! Eu mando nessa droga! Eu quero todo mundo no olho da rua amanhã!E vá providenciar isso logo! Vá incompetente!

(O advogado sai)
(entra o empregado).
EMPREGADO
Bom dia senhor!
CAPITALISTA
Essa mania de bom dia...aff...diga o que você quer!
EMPREGADO
Fiquei sabendo do despejo do povo da vila! O senhor pode rever isso...nos não temos para onde ir...
CAPITALISTA
Meu filho, eu não estou aqui para fazer assistencialismo, não! Tempo dinheiro! Minha decisão já foi tomada!
EMPREGADO
Mais, senhor...
CAPITALISTA
Suma de minha frente! Tempo é dinheiro! Vá trabalhar vagabundo!

(o empregado sai)

2º Ato
Chegada dos anjos

(No inicio da noite, que é noite de natal, o capitalista está a contar o dinheiro, quando num instante três anjos chegam ao seu redor.)

ANJO DO PASSADO
Boa noite...
CAPITALISTA
Ah!!! Quem são vocês? Como entraram aqui! È noite de natal, não tem expediente na empresa não voltem depois do feriado!
ANJO DO PRESENTE
Somos anjos, Eu sou o Presente, e elas são o Passado e o Futuro. Fomos encaminhados para aconselhá-lo!
CAPITALISTA
Como assim! Não preciso que nenhum conselho!
ANJO DO FUTURO
È o que você pensa, venha conosco, por favor!

(inicia a viajem com os três anjos)

3º Ato
De volta as raízes

(o capitalista mais os anjos se deslocam em direção a um canto do cenário, o qual seria a casa do capitalista em sua infância.)

ANJO DO PASSADO
Vamos ver uma cena do seu passado! Venha comigo!
MENINO
Pai, Mãe...olha desenho que fiz...
PAI
Menino! Eu num mandei você arrumar a comida para eu e sua mãe jantarmos!
MÃE
Deixa o menino só hoje descansar, é natal!
PAI
Hoje que é ideal! Muitas famílias estão com a mesa farta! Vão ver a cara de bobo dele, e vão dá comida logo!
MENINO
Mas, pai...eu passei o dia na rua...e num consegui quase nada! Deixa eu ficar em casa só hoje de noite, é natal, e Papai Noel vem trazer meu presente!
PAI
Idiota! Vá fazer que eu mandei agora!(o menino sai)
MÃE
Querido...
PAI
Cale-se! Eu que mando!
ANJO DO PASSADO
Você está vendo com era Humilhado quando era pequeno. Porque você repete os erros de seu pai?
(O capitalista fica pensativo)

4º Ato
Vindo ao presente.

(agora sendo levado pelo anjo do presente, o capitalista presencia uma cena a qual é o dialogo de sua filha com o namorado, que é o empregado que sofreu a humilhação no 1º ato)

ANJO DO PRESENTE
Existem assuntos que você não sabe, simplesmente pelo motivo de ser preconceituoso.
CAPITALISTA
O que minha filha está fazendo com o meu empregado?
FILHA
Vem, não tem ninguém aqui...vem meu amor...
EMPREGADO
Se sabem de nós, meu amor...eu sou um homem desempregado!
FILHA
Como sei que nosso amor é proibido, meu pai nunca ia permitir... mas, eu tenho uma idéia...
EMPREGADO
Qual?
FILHA
Temos que fugir para bem longe! È a única solução!
EMPREGADO
É arriscado meu amor, se descobrirem?
FILHA
É a única solução... temos que ir agora, já...vamos!
EMPREGADO
Então, vamos!

(os dois saem)

(o capitalista presencia toda a cena com a indignação)

5º Ato
A notícia

(O capitalista indignado com os anjos do passado e do presente, por terem deixado a filha dele fugir, com um empregado.)

CAPITALISTA
Como vocês não deixaram impedir isso....Isso é uma traição!
ANJO DO PRESENTE
Você ainda não sabe de nada...

(nesse instante, o anjo do futuro chega por trás do capitalista, trazendo um jornal)

ANJO DO FUTURO
Olha! A noticia de capa do Jornal de amanhã...

(Entrega ao capitalista e, o Narrador, ler a notícia como um tele jornal)

NARRADOR
Acidente de carro na Getúlio Vargas: Morrem uma jovem de 18 e um rapaz de 20 que foram vítimas de um terrível desastre de carro. A jovem era filha de um grande empresário de imóveis de Olinda, e o rapaz, funcionário da empresa. Não se sabe as causas do acidente. Maiores informações, p.02 no caderno cidades.

(atordoado, o capitalista cai no chão em prantos. Os três anjos se aproximam)

CAPITALISTA
Não! Minha Filha não! Me digam...vá me digam...como eu...ai meu Deus...minha filha não! Como eu faço para impedir isso...me digam...por favor....
ANJO DO PRESENTE
É simples meu caro...
ANJO DO PASSADO
Basta você ser menos arrogante e preconceituoso com as pessoas.
ANJO DO FUTURO
E Rever suas atitudes como empresário, ser mais justo, e não explorar mais ninguém.

(O capitalista fica de cabeça baixa por um tempo)

6º Ato
Um novo homem.

(trazido ao presente pelos anjos, que agora ficam no fundo da cena. O capitalista é colocado de novo na cena em que a filha e o empregado tramam a fuga.)

CAPITALISTA
Não façam isso... não fujam...não façam isso pelo amor de Deus!
FILHA
Pai...o que o senhor está fazendo aqui?
EMPREGADO
Me dei mal...fiquei sem namorada e sem emprego...
CAPITALISTA
Não meus queridos... aceito o namoro de vocês, quero que vocês sejam felizes!

(Emocionados todos se abraçam)
(chega o advogado com os papéis para que o capitalista assine o despejo dos moradores da vila.).

ADVOGADO
Desculpa senhor...é que os papéis do despejo ficaram prontos só agora...eram muitas casa...aqui está para o senhor assinar...amanhã de manhã não vai ter ninguém mais na vila.
CAPITALISTA
Bom, me entregue... (O capitalista pega os papéis e rasga.)
Vou liquidar as dividas e não vai mais cobrar de forma injusta aos moradores da vila!
(assim, com os anjos no fundo; o capitalista, junto com a filha, o empregado e o advogado se abraçam e desejando aos presentes um Feliz Natal)
O NARRADOR:
Mesmo que tenhamos grandes erros, nunca é tarde para revermos nossas atitudes e fazemos uma nova História com nossas vidas.